REFÚGIO
Uma ilha para reflexão no burburinho
da cidade. Essa é a impressão que fica para o visitante
que atravessa o Largo da Carioca em direção ao túnel
de acesso ao topo do antigo Morro do Carmo, no Centro
da Cidade.
Lá encontra-se um conjunto arquitetônico
colonial composto pela Igreja e Convento de Santo Antônio
e pela Igreja da Ordem Terceira da Penitência, construído
pelos Franciscanos.
O caráter assistencial dessa ordem religiosa
contribuiu para dar ao lugar valor histórico no desempenho
de importantes funções sociais na construção da sociedade
carioca: além de sediar o exercício da tutela espiritual
dos fiéis, a edificação serviu de refúgio para os habitantes
da cidade, por ocasião da ocupação francesa de 1710,
assistindo, inclusive , às suas batalhas; abrigou um
cemitério de escravos e encampou a manutenção de um
hospital. Hoje, mantêm serviços religiosos, que se traduzem
não só pela celebração dos rituais e sacramentos católicos,
como também oferecem aos transeuntes estressados conforto
e orientação espiritual, diariamente, em horário comercial,
ministrados por franciscanos, num salão com belo revestimento
em jacarandá e vista para o simpático pátio interno
do Convento, de onde ecoa um contínuo trinado de pássaros
canores. É só chegar e desabafar...
A Igreja da Ordem Terceira da Penitência,
um anexo desse complexo religioso, constitui um capítulo
à parte para a visitação pública. Assombra, na nave
retangular de pequena dimensão, a opulência de suas
paredes, onde o ouro cintila por entre as curvaturas
caprichosas de inumeráveis relevos talhados em madeira
e imagens de santos. No altar, um Cristo alado, estrategicamente
iluminado por um vitral, e São Francisco, a seus pés,
rogando pelas dores das chagas. No teto, belas pinturas
com projeção de perspectiva completam o ambiente que
inunda o visitante com uma sensação de paz e quietude.
Esse é o presente que se recebe por interromper o fluxo
nervoso do cotidiano citadino.
A entrada custa R$ 2,00 e faz valer
o dito: "Para se falar ao vento bastam palavras; para
se falar ao coração são necessárias obras."
Cátia Izidoro de Paiva Granato
Veja as fotos do passeio:
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