COM OLHOS PARA VER

Quem chega à Cinelândia e não tem tempo de contemplar o seu entorno, não imagina o que se esconde por dentro dos monumentos arquitetônicos ali presentes.

É o caso do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Uma visita de 40 minutos por seus recantos revela muito das aspirações brasileiras no início do século passado, quando o então Prefeito Pereira Passos , dirigente administrativo da Capital de recém-criada República, encampou o projeto de construir o 2º maior teatro da América Latina.

Vitrais alemães, janelas vazadas de cristais, pinturas e azulejos franceses, mármores italianos, revestindo corrimão, chão, colunas e degraus, compõem um cenário deslumbrante por onde vêm circulando há quase um século a privilegiada platéia amante da cultura de forte raiz européia.

O teatro, com capacidade para mais de duas mil pessoas, acomodadas em galerias, camarotes e frisas, já foi sede de diversos eventos citadinos. Embora tenha sido idealizado para ser um templo de música, teatro e literatura, abrigou também bailes de carnaval, comícios políticos e formaturas. A partir da década de 70, por ocasião de seu tombamento como patrimônio histórico-cultural, seu espaço tem-se destinado quase exclusivamente à divulgação da arte clássica em suas modalidades musical e cênica.

Dessa forma, muitos de seus elementos originais têm-se mantido operante, inclusive a maquinaria que constitui a infra-estrutura elevadiça de um grandioso palco, por onde já passaram personalidades artísticas internacionais, entre elas: Isadora Duncan, Anna Pavlova, Maria Callas, Richard Strauss.

O visitante evidentemente não escapa de se deleitar com toda essa riqueza visual e histórica que alimenta a alma e os olhos brasileiros ávidos por beleza e requinte, até porque, mesmo uma pausa para atender a demandas fisiológicas, desvenda um banheiro rico em produções multiculturais: um alegre piso de cerâmica italiana e - pasmem!- caixas de descarga da mais legítima porcelana inglesa ( Funcionando!). Mas o que mais surpreende o desavisado transeunte de Centro é o Café do Teatro, um antigo restaurante, no subsolo do prédio, de inspiração assíria e babilônica, o qual, outrora, encarnou o point chique da cidade, certamente seduzindo o freqüentador a se aventurar por mares, distantes das ambições atlânticas. Viagem imperdível !

As visitas orientadas, com guias poliglotas e grupos multinacionais, acontecem de 2ª a 6ª feira, das 10:00 às 17:00, por quatro cédulas de um real.

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Valem as notas !

Cátia Izidoro de Paiva Granato

Conheça o site: www.theatromunicipal.rj.gov.br

 
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